O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (10), Medida Provisória (MP) 514/10, transformada no Projeto de Lei de Conversão (PLV) 10/11,
que estabelece novas regras para a segunda etapa do programa
habitacional Minha Casa, Minha Vida. Para garantir a nova etapa, que
prevê a construção e a reforma de dois milhões de moradias para o
período de 2011 a 2014, o governo elevou de R$ 14 bilhões para R$ 16,5
bilhões as transferências da União para o Fundo de Arrendamento
Residencial (FAR), que financia o programa. O PLV, aprovado como veio da
Câmara, agora segue para sanção presidencial.
As mudanças têm o objetivo de tornar as regras do
programa mais claras, facilitando seu entendimento pela população, e
também os procedimentos para a regularização fundiária de assentamentos
localizados em áreas urbanas, de acordo com o Executivo. A matéria
abrange, portanto, o Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) e
Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR).
Os
deputados aprovaram mudanças na MP original enviada pelo Executivo,
entre as quais os valores da renda das famílias que devem ser
beneficiadas pelo programa: antes, eram famílias que recebiam
mensalmente até dez salários mínimos (R$ 5.450 pelos valores atuais);
com o PLV, cai o referencial do mínimo e o teto fica fixado em valor
nominal de R$ 4.650. Relator da matéria na Câmara, o deputado André
Vargas (PT-PR) explicou que tal mudança visa beneficiar as famílias de
baixa renda, que com o limite nominal de R$ 4.650 conseguirão se adequar
melhor às novas regras.
A MP, que teve como
relator no Senado Waldemir Moka (PMDB-MS), também beneficia mulheres e
famílias chefiadas por mulheres, deixando de exigir a assinatura do
cônjuge nos contratos em que elas são beneficiadas. A exceção é somente
nos casos de contratos que envolvam recursos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS). Para que as mulheres sejam contempladas pelo
programa, a renda mensal da família não pode ser maior do que R$ 1.395.
Além
da comprovação de que o interessado no benefício do programa
habitacional integre família com renda mensal de até R$ 4.650, haverá
prioridade de atendimento às famílias residentes em áreas de risco,
insalubres ou que estejam desabrigadas. Outras prioridades para o
atendimento são famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar
e as que tenham pessoas com deficiência.
Subvenção econômica
Para
a implementação do programa Minha Casa, Minha Vida, a União concederá
subvenção econômica ao beneficiário pessoa física no ato da contratação
do financiamento habitacional, observada a disponibilidade orçamentária e
financeira do Executivo. Essa subvenção será concedida exclusivamente a
mutuários com renda mensal de até R$ 2.790, em uma única vez, por
imóvel e por beneficiário.
Realizará ainda
oferta pública de recursos destinados à subvenção econômica para
moradores beneficiados quem vivem em municípios com população de até 50
mil habitantes. Essa medida não trará qualquer prejuízo para a
possibilidade de atendimento aos municípios com população entre 20 mil a
50 milhabitantes, que poderão ser beneficiados por outras formas
previstas no programa. Ao todo, espera-se que 228 municípios sejam
beneficiados, segundo o relator da matéria na Câmara.
Por
meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a
União concederá também subvenção econômica sob a modalidade de
equalização de taxas de juros e outros encargos financeiros,
especificamente nas operações de financiamento de linha especial para
infraestrutura em projetos de habitação popular.
Além
da transferência de recursos para o FAR até o limite de R$ 16,5 bilhões
- que financia o programa -, a MP manteve permissão para a União
transferir recursos no valor de R$ 500 milhões para o Fundo de
Desenvolvimento Social (FDS).
O programa Minha
Casa, Minha Vida também passou a autorizar o custeio para aquisição e
instalação de equipamentos de energia solar ou que contribuam para a
redução do consumo de água em moradias. No caso de empreendimentos com
recursos do FAR, poderão ser financiados também equipamentos de
educação, saúde e outros sociais complementares à habitação.
Do
total de dois milhões de unidades habitacionais previstas até 2014, o
mínimo de 220 mil serão produzidas por meio de concessão de subvenção
econômica, de acordo com o texto final aprovado na Câmara.
A
proposição estabelece ainda que aquele que exercer, por dois anos
ininterruptos e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre
imóvel urbano de até 250 m², poderá adquirir o domínio integral, desde
que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. A pessoa a
ser beneficiada deve, nesse caso, estar utilizando o imóvel para sua
moradia e a de sua família. Esse direito não será concedido à mesma
pessoa mais de uma vez.
(Elina Rodrigues Pozzebom e Helena Daltro Pontual / Agência Senado).
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