Um dos julgamentos mais esperados do ano aconteceu ontem em Botucatu. A OAB (Ordem dos Advogados), que funciona na Praça XV de Novembro, no Centro, foi o palco do júri. Foi julgado Uilian Nogueira (27), que segundo o júri, foi o responsável pela morte a tiros do segurança Rogério Lopes (28). O crime aconteceu no dia 5 de novembro de 2005, na portaria da casa noturna Up Club.
Segundo a acusação, Uilian, junto com Renato Lopes (25), teriam voltado ao local para se vingar de uma suposta agressão dos seguranças. Os dois fizeram vários disparos contra Rogério Lopes, que apesar de caído, continuou recebendo disparos e morreu no local.
No julgamento feito em Botucatu, Uilian recebeu 16 anos de pena, por homicídio qualificado. O júri, formado por sete mulheres, defendeu que o réu agiu sem possibilitar defesa à vítima. O advogado Roberto Fernando Bicudo alegou que o acusado agiu de violenta emoção, já que acabara de ser agredido, mas os jurados foram contra essa tese. Todos os votos feitos pelos jurados nos quesitos que determinam a pena foram por maioria, mas sem unanimidade. "Seria impossível uma pena menor", reconheceu o advogado Roberto Bicudo.
O promotor Marcos José de Freitas Corvino mostrou fotos do crime, bem como a arma usada pelo réu. "A condenação foi em conformidade com a denúncia e o que havia nos autos", disse. O júri foi cercado por forte aparato policial. Militares estavam com fuzis. A rua ficou com três viaturas. Pelo menos três policiais não saiam de perto do réu. "Não vamos autorizar entrevista. Temos até informação de tentativa de resgate", disse um sargento da PM.
Às 17 horas, ao fim do julgamento, Uilian saiu cabisbaixo. Existiam duas mulheres em frente à OAB, sendo que uma delas é irmã do réu. Ele seria levado para Iaras e hoje será ouvido na 1ª Vara de Botucatu por um roubo à transportadora Aquarius. Além de ter fugido de uma carceragem e atirar em um policial, Uilian tem condenação de 15 anos por assaltos e responde a outros crimes. Com o último júri ele alcançou 21 anos.