19 de ago. de 2010

O horário eleitoral ajuda na escolha dos candidatos?


Nesta semana, os brasileiros passaram a contar, duas vezes por dia, com apresentação do horário eleitoral gratuito. A exibição acontece nas rádios e tevês.

O grande questionamento é se esse tipo de apresentação dos candidatos ajuda a escolher os nomes para presidente, senador e deputados federais e estaduais. Números sobre problemas e serviços prestados pelo Governo podem ser manipulados?



DOIS LADOS
A técnica de enfermagem, Val Simões, 39 anos, diz que "o horário político ajuda, pois ele mostra a cara dos candidatos, mas ao mesmo tempo esconde a verdade".


A FAVOR
Izaias Colino, 27 anos, advogado, é favorável a esse tipo de propaganda. "O horário eleitoral é uma ferramenta importante para que as pessoas conheçam as propostas dos candidatos, porém infelizmente nem todos aproveitam essa chance", cita.


Flávio Fogueral, jornalista, 28 anos
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O jornalista Flávio Fogueral, 28 anos, diz que o horário eleitoral, na prática, serve na realidade como propaganda dos candidatos e partidos. "O eleitor, caso queira realmente saber das propostas e metas de cada candidato, tem que acompanhar não somente esses programas, mas também os debates que veículos de comunicação promovem e também procurar se informar melhor o que pensam e pretendem. Há hoje não somente televisão e rádios, mas a internet proporcionou que a população seja participativa também. O Twitter, por exemplo, virou canal direto com os ‘presidenciáveis’, cita.

Ele também salienta que realmente vale a procura da informação. “Qual a real eficácia do Horário Eleitoral? O brasileiro realmente acompanha e leva a sério, ou somente é desperdício de tempo na televisão e dos contribuintes no financiamento das campanhas?", questiona.

Marco A. Zanin, advogado
INEFICAZ
O também advogado Marco Aurélio Capelli Zanin, 35 anos, comenta que a propaganda em rádio e tevê confunde ainda mais a opinião dos eleitores. "Os candidatos, em sua maioria, têm pouco tempo para mostrar seu plano de governo, e os que têm um tempo maior disponível, preferem atacar seus adversários políticos ao invés de esclarecer suas propostas", avalia.

NA RUA
Já o comerciante Jeferson Sauer, 34 anos, acredita que o horário eleitoral é limitado. "O tempo de cada candidato é curto e repetitivo, por isso acho que eles deveriam sair às ruas e conversar com os eleitores para ver qual é a necessidade real e não colocar no ar o que eles acham", opina. 

Jeferson Sauer, 34 anos, é comerciante

DEBATES
Irene Maria, bancária aposentada
A bancária aposentada Irene Maria afirma que sua busca de informações dos candidatos é em outros locais. “Eu particularmente gosto de assistir aos debates. Ontem mesmo assisti tudo e até fiquei pasma de saber que 127 países também acessaram a Folha Online para acompanhar e, dentre os que mais acessaram estão Estados Unidos e Japão”, coloca.

Silvia Rodrigues, psicóloga
IMPRENSA 
Silvia Rodrigues, psicóloga, 50 anos, acredita que esses programas esclareçam pouco, porém o horário é restrito. “Alguns partidos não conseguem colocar adequadamente suas propostas e projetos. Porém, este espaço não é suficiente, deve ser complementado com reportagens da imprensa escrita também e a frequência aos debates públicos”, afirma.

A funcionária pública municipal, Adriana Cristina Stamponi, 37 anos, é outra que tem uma opinião crítica quanto à propaganda política. “Na maior parte do tempo eles falam mal uns dos outros. Deveriam falar sobre o que já realizaram e o que provarem”, diz.

(Reportagem: Cristiano Alves).

Um comentário:

  1. Acredito que o horário eleitoral seja importante para os candidatos defenderem AS SUAS propostas. Assim como foi proibido o showmício, também deveria ser revisto o horário eleitoral e nele deveria ser proibido o ataque aos concorrentes, e deveria ser focado na sua proposta e não em criticar os outros. Da mesma forma deveria ser proibido a candidatura de pessoas que nem sabem o que um cargo desse significa.
    Ninguém consegue um emprego na brincadeira, porém infelizmente é possível conseguir um cargo tão importante como estar presente no governo de um país na "zuação".

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