19 de out. de 2009

Ex-interno da Fundação Casa vence concurso de redação


O jovem Caio Henrique Gerolano, de 17 anos, ex-interno da Fundação Casa foi o vencedor do Concurso Camélia da Liberdade – 100 anos de Solano Trindade, o poeta do povo, edição São Paulo. “Vencer esse prêmio foi a melhor maneira de me superar e mostrar para eu mesmo que sou capaz”, disse emocionado Caio ao saber do resultado. 

Filho de pai ausente, criado pelos avós maternos, pois a mãe está cumprindo pena, Caio passou por duas vezes pela Fundação. Uma,  por deslize da mãe e a segunda por “bobeira” como classifica ele próprio.

“Só tenho a agradecer aos orientadores da Fundação Casa pela oportunidade e aos meus avós que sempre acreditaram em mim. Eu estava desiludido, bebia e até cheguei a usar maconha, mas com o apoio da Fundação consegui superar as barreiras e aqui estou para uma nova vida”, conta o rapaz, que já foi responsável pelo irmão João Carlos, de 8 anos e que pretende ser referência também às irmãs gêmeas de 4 anos, Camila e Cauane.


“Estou muito orgulhosa de toda nossa equipe. Você pega um adolescente que está acabado, derrotado e devolve-lhe o chão. Isso é bom demais”, declara a assistente social Liliana Bernardes Coelho, que há 12 anos trabalha na Fundação e é diretora da Unidade Bom Retiro, na Capital, onde Caio cumpre liberdade assistida.

“Super emocionado. Feliz mesmo. É assim que me sinto”, emenda o administrador Sérgio de Oliveira, há 24 anos na Fundação. Ele é hoje diretor de Divisão Regional Vila Maria, responsável por 14 unidades de internação, a maioria da zona norte de São Paulo e duas no município de Itaquaquecetuba.

“A vitória de Caio reflete um pouco do nosso trabalho de ressocialização com estes jovens desacreditados”, acrescenta Oliveira. Para ele, a vitória de Caio serve também para reverter o antigo estigma de a sociedade enxergar a Fundação com maus olhos. “Nós acreditamos no poder da transformação e trabalhamos com amor para isso”, conclui.

Os avós maternos de Caio, Maria Luiza e João Lourenço também tecem diversos elogios às equipes da entidade. “Eles trabalham mesmo. Fazem tudo com amor. São psicólogos, professores, pedagogos, educadores, que ajudam os nossos jovens a se descobrirem e à sociedade a descobrir novos talentos”, diz Maria Luiza. “Eu sempre acreditei no Caio, ele passou uma fase difícil e deixado de acreditar em si. Esse concurso fez com que meu neto  retomasse o seu caminho”, acrescentou o avô.

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