15 de fev. de 2009

Polícia age na central do tráfico


Flagrantes realizados pela Polícia já se tornaram comuns para os moradores da Vila São Luiz

A Polícia Militar entrou em uma casa da Rua Joaquim Marins, na Vila São Luiz, por volta das 9 horas de sexta-feira (13), e encontrou uma porção de maconha pesando 80 gramas. A droga estava enterrada nos fundos de uma casa. Mas a rotina do quarteirão desse imóvel que fica no número 71 pouco muda com a presença da Polícia. Já se tornaram comuns as blitze, bem como as prisões por tráfico.

Logo após a chegada da Polícia, moradores de duas casas saíram para olhar o que estava acontecendo. Ao mesmo tempo, crianças, jovens e um senhor idoso conversavam na esquina sem muito se interessarem com a movimentação policial, que em outro bairro, seria algo bastante chamativo.

A Polícia entrou na casa e inicialmente encontrou uma paranga de maconha em um pote da sala da casa. "Depois de localizarmos a maconha enterrada no terreno, o dono da casa assumiu que vendia o entorpecente", diz o 2º tenente Vinícius Takeshi Sayki. "Naquela quadra ocorre prisão direto, principalmente no último quarteirão, por isso já se tornou comum. As pessoas estão acostumadas com as prisões; só alguns saem na esquina para ver quem foi preso. Mas já é um fato normal e rotineiro", avisa.

O tenente afirma que é necessária uma maior ajuda da comunidade no combate ao tráfico. "Quando prendemos um já existem três esperando para assumir aquele posto. Os traficantes não se importam com vizinhos e esses moradores podem denunciar anonimamente no telefone 181", comenta.

O que chamou a atenção é que a casa da última operação, ontem, era bem construída, diferente dos outros pontos de tráfico do bairro, que são barracos. No imóvel estava o acusado: Osvaldo A.M. (32), que segundo a PM tem passagem por roubo; ainda se encontrava no local a esposa do acusado e um filho de seis anos.

A proximidade das crianças com o tráfico é algo muito presente na realidade do bairro. "Já prendemos traficantes de 10 a 12 anos. Os mais velhos aliciam até as crianças, alegando que com elas nada vai acontecer porque a lei é mais branda. Mas a gente sabe que 90% não conseguem sair dessa vida. A reincidência de pessoas que já foram presas é grande, voltando a traficar", comenta Saiki.

Lei

Os bandidos falam que usam a lei para deixarem a cadeia. "Ao serem presos, os traficantes comentam que agora vão ficar nas custas do Estado e que em dois anos e meio serão soltos por bom comportamento", cita o tenente.

A prisão - Nesse último caso de prisão em flagrante na Vila São Luiz atuaram os policiais: tenente Saiki e soldado Sérgio Garcia, além do cabo Morais e soldado Roberto, estes dois últimos da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motos).