2 de abr. de 2008

Pais denunciam espancamento durante show; segurança nega

A Polícia Civil registrou um caso de espancamento supostamente praticado por seguranças no show da cantora Ivete Sangalo, no sábado, 29, evento realizado no Recinto JVC de Botucatu. Segundo o casal Alessandro Ballestero e Patrícia Mara, o seu filho de 17 anos foi agredido antes do show começar.

"Ele estava entrando no banheiro químico, tentando abrir a porta. Um segurança já chegou perguntando o que ele estava fazendo ali e deu um soco por trás. Pegaram meu filho em cinco. Ele está com hematomas no rosto, costas e a marca de uma mão fechada no estômago", comenta o pai do jovem, Alessandro Ballestero.

"Pegaram meu filho em cinco. Ele está com hematomas no rosto, costas e a marca de uma mão fechada no estômago"


O casal passou a noite com o jovem no hospital. "Tudo aconteceu às 22h10; ele nem viu o show. Ele pedia que o segurança devolvesse pelo menos os seus documentos. Jogaram ele para fora, em um barranco pelos fundos do recinto, como se fosse bicho", reclama a mãe, Patrícia Mara.

Ela salienta que o rapaz não é muito de sair, mas de última hora resolveu ir ao show convidado pelos amigos. "Meu filho comprou o ingresso na sexta-feira. Foi o primeiro investimento com seu próprio dinheiro porque está trabalhando como estagiário no Fórum. Ele não é de sair; gosta mais de ir para sítios. Agora está com medo de sair de casa", conta.

"Vou procurar outras vítimas e entrar com uma ação. Se deixar eles vão sempre agir dessa forma"


O pai diz que vai processar a organização do evento. "Vou procurar outras vítimas e entrar com uma ação. Se deixar eles vão sempre agir dessa forma", disse Ballestero, que registrou Boletim de Ocorrência no Plantão Policial e também falou do caso na segunda-feira pela manhã na Rádio Municipalista.

Empresa nega agressões - Wilson Roberto Tenore do Carmo, que é representante em Botucatu de uma empresa de segurança de Jaú - que atuou na festa - disse ontem ter constatado que o jovem retirado da festa estava depredando o banheiro químico do Recinto da JVC. “Ele estava com uma turma que estava quebrando o banheiro. O rapaz foi convidado pelo delegado a reconhecer os seguranças, mas ele não quis. Se ele está machucado não sabemos o que houve”, informa.

“Ele estava com uma turma que estava quebrando o banheiro"


O representante da empresa de segurança afirma que existiam 120 homens trabalhando e mais 20 ou 30 de outra contratada na área da segurança. Ele ainda informou que a empresa está a disposição da Polícia para qualquer esclarecimento.