Reportagem Especial - No primeiro momento, o termo educação a distância soou como algo que poderia não dar certo no Brasil. Mas o País está se acostumando com a nova modalidade de ensino. Ao contrário do que se pensava, a qualidade desse tipo de faculdade não deixa a desejar para os cursos de graduação e pós-graduação presenciais. É o que garante quem estuda e administra as faculdades que têm o ensino a distância.
Para a representante da Eadcon em sete cidades - Botucatu, Conchas, Bofete, São Manuel, Tietê, Laranjal Paulista e Itatinga - Maria Cristina Zanella, somente na região existem 600 alunos por polo, ou seja, 4.200 nesses municípios.
Questionada se a qualidade do ensino a distância é inferior ao presencial ela é enfática: "A qualidade é praticamente a mesma, depende de cada acadêmico que faz a seu conhecimento;o material didático é muito rico e atualizado", destaca ela. O receio dos estudantes por esse tipo diferenciado de metodologia também foi vencido. "Creio que a maioria já tenha superado o seu receio, pois a aceitação esta cada vez melhor", avalia ela.
O que levou ao sucesso do ensino a distância, diz Maria Cristina Zanella, é pela facilidade que os acadêmicos têm de fazer, em sua cidade, um ensino superior uma vez por semana, com preço acessível. "Isso ajudou muito as pessoas que não tiveram oportunidades por motivo financeiro e tempo disponível pelos seus trabalho", explica.
Diferente da faculdade tradicional, as universidades a distância conseguem sempre ter doutores para o ensino das matérias. "São professores doutorados e especialista no assunto para o Brasil todo através da teleconferência e também ao exterior. Na central fica o professor dando aula ao vivo, e mais 50 professores para responder as perguntas interativas através do seu login e senha dos alunos e tutores pela internet", exemplifica.
Para o Dirigente Regional de Ensino, Bahige Fadel, a qualidade do ensino depende do aluno. "Tudo depende do esforço das pessoas. É preciso saber por que essas pessoas escolhem o ensino a distância. Se o escolherem só para encontrarem facilidades, a qualidade do ensino correrá riscos. Por outro lado, nem sempre os melhores professores são aqueles que estudaram as escolas mais famosas. Os melhores professores são aqueles que não param de estudar, são aqueles que se propõem a aprender com os alunos, que têm consciência do que é ser um educador", afirma.
O acesso à faculdade melhora à medida que os custos reduzem, segundo Fadel. "Ocorre que não tenho muita certeza de que isso, apenas, seja suficiente. É preciso que se facilite o acesso às boas faculdades, aos bons cursos, que formam bons profissionais. Por isso, deve haver uma fiscalização rigorosa às faculdades", comenta.
Estudante conta experiência de estudar a distância
A estudante de pedagogia, Gisele Helena Infante Calefe, 24 anos, mora em Tietê, trabalha em escolas particulares, já exercendo a profissão de docente na área da educação há 5 anos e a faculdade a distância, segundo ela, trouxe-lhe muitos conhecimentos e estratégias para melhorar o seu trabalho no ramo da educação.
"O ensino a distância foi, para mim, um facilitador da aprendizagem, pois com um filho de 2 anos jamais eu conseguiria estudar em uma faculdade presencial e ainda todos os dias. O ensino a distância requer atenção, dedicação e vontade, pois o ensino também depende de você e na minha opinião as matérias são mais "puxadas" difíceis do que na presencial.
Ela diz que no ensino a distância é não é moleza. "Você tem que se dedicar bastante, ler, tomar conhecimento da matéria que será passada, acessar o portal durante a semana e realizar todas as atividades tendo o suporte on-line para sanar as dúvidas. Mas, tudo isso, pode ser feito de várias maneiras. Para que você se torne um profissional de verdade é preciso empenho, para realizar todas as atividades propostas pelo sistema e com um grau satisfatório. Resumindo: tem que estudar muito!", avisa.
Uma pergunta que muitos se fazem quando se fala em qualquer tipo de método de ensino, que é se a pessoa adquiriu conhecimentos suficientes para levar uma carreira, Gisele Calefe responde com tranqüilidade. "Sim, além de conhecimento, que ainda estou adquirindo muitos, pois estou cursando o último ano, adquiri também o hábito da leitura, o tempo de estudo e busca pelo conhecimento através de diversas pesquisas. Juntando todos esses itens, tenho certeza de que estou preparada para a docência", afirma.
Ela afirma que enfrentou preconceito de algumas pessoas por conta do ensino a distância porque mora em uma cidade pequena. Mas isso está se desfazendo. "Enfrentei e ainda enfrento, pois moro em uma cidade do interior de São Paulo, com um pouco mais de 35 mil habitantes e para eles o ensino a distância não funciona; acham que estamos pagando para somente ter o diploma. Mas como muitas pessoas aderiram a essa modalidade aqui na cidade, percebemos que esse conceito está se modificando, mas ainda é recebido com preconceito pela maior parte da população".
A universitária vai concluir a faculdade em julho de 2009, quando sairá com o diploma de Pedagogia com habilitação para as séries iniciais do ensino fundamental. "Durante o curso, realizamos vários estágios, que nos fizeram aprender mais sobre o cotidiano de uma escola e tudo que se passa dentro dela. Nos trouxe bastante experiência, pois pudemos observar vários colegas de trabalho com professores, supervisores e diretores, em suas atividades escolares", finaliza. (Reportagem - Cristiano Alves).
Informações: www.eadcon.com.br