17 de mar. de 2008

Botucatu é destaque na Tv Cultura na preservação do Aqüífero Guarani

Matéria exibida na TV Cultura, no último domingo, mostra o trabalho realizado em Botucatu através da ONG Giramundo. Tudo isso ocorre na Cuesta, uma das áreas de recarga do Aqüífero Guarani - maior reserva subterrânea de água doce do mundo. Leia a reportagem:

O Gigante Adormecido é o cartão postal da Cuesta de Botucatu, no interior paulista. Cuesta é um degrau natural que, neste caso, separe o leste e o oeste do estado.
Entrevista com Fernando Yoshida/turismólogo: " Esse relevo é como se fosse uma serra, como se fosse a Serra do Mar, só que ela tem um lado de subida depois fica plana, a queda é suave. Isso proporciona, pela hidrografia, muitas cachoeiras, mirantes, vários aspectos do turismo de aventura e do ecoturismo".

No subsolo existe outra riqueza, desconhecida pra muita gente: um grande reservatório de água doce. Você já ouviu falar do Aquífero Guarani?
Entrevista Jorge Martins/ coordenador geral do projeto Gigante Guarani, do Instituto Giramundo: " Aqui no Aquífero é como se a gente tivesse uma Amazônia subterrânea, no sentido que é uma quantidade de água absurda, água potável, que várias cidades do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai utilizam para seu abastecimento e um dos pontos
da área de recarga é aqui no entorno da Cuesta".

Na chamada área de recarga a água da chuva se infiltra no subsolo e mantém a reserva. Não existe um lago embaixo da terra. A melhor imagem pra representar o Aquífero Guarani é a de várias esponjas sobrepostas, encharcadas. A água fica no meio das rochas. Ele ocupa uma área de 1 milhões e duzentos mil quilômetros quadrados. Equivale a quase cinco vezes o tamanho do estado de São Paulo. O Brasil tem dois terços do total. É preciso garantir a conservação da área de recarga pra manter a qualidade da água.

Entrevista com Jorge Martins,Coordenador Geral/Projeto Gigante Guarani:
"O ponto mais vulnerável para a contaminação é a recarga e se você contamina o Aquífero está expondo as pessoas à diversos tipos de problemas associados à isso".
Em São Paulo cerca de duzentas cidades usam água do Aquífero. Ribeirão Preto, por exemplo, é toda abastecida por ele. Nesta gruta, uma cena rara: o reservatório aflora. Se pode ver a água.

Por estar embaixo da terra, embaixo dos nossos pés, essa imensa reserva de água doce não chama a atenção como esta bela cachoeira, um rio ou um lago que estão ao alcance dos nossos olhos. Mas para a ong Instituto Giramundo, que desde 98 trabalha aqui na região de Botucatu com agricultura familiar, é importante lembrar que o Aquífero existe e precisa ser conservado. Por isso desenvolveu o projeto Gigante Guarani.

Uma das metas é manter o solo coberto pela vegetação natural. No Parque Municipal Cachoeira da Marta, um pedaço de Mata Atlântica sobrevive, apesar das plantações de cana de açúcar, eucalipto e frutas cítricas, e as pastagens pro gado que dominam a região. Parte das cerca de 15 mil mudas de árvores plantadas pelo Projeto Gigante Guarani veio pro entorno do parque. O Feijão Guandu cria sombra e dá ao solo nutrientes prá que outras plantas vinguem. Espécies como a Bracatinga, do Cerrado, e a Aroeira, da Mata Atlântica.

Instituto Giramundo
www.mutuando.org.br