23 de nov. de 2017

Livro: Um retrato de Rousseau ao fim da vida

Obra do final do século XVIII apresenta um testamento do filósofo suíço sobre a natureza do homem e de si próprio, que já se encontrava no fim da vida quando o escreveu
Um dos mais populares filósofos Iluministas, Jean-Jacques Rousseau, teórico político e escritor suíço, propagava que a liberdade era o valor supremo do homem. Antirracionalista e crítico da civilização, seus pensamentos influenciaram as ideias da Revolução Francesa.
Autor de prestigiadas obras filosóficas, Rousseau apresenta em Devaneios do Caminho Solitário, seu testamento sobre a natureza do homem e de si próprio. Escrito nos últimos anos de sua vida, entre 1776 e 1778, o livro demonstra um misto de ensaios sobre temas existenciais, como a verdade e a felicidade.
A Edipro, editora especializada em obras clássicas, traz uma nova edição de Devaneios do Caminho Solitário, que foi publicada postumamente em 1782. Esse grande testamento inacabado é considerado pelo próprio Rousseau como a conclusão de sua obra. Os devaneios são relatos do filósofo que apresentam suas ponderações sobre a natureza do homem, sua individualidade e conduta.
Considerado um misto de diário e ensaio filosófico, a obra é dividida em dez caminhadas meditativas do autor. Em cada passeio um tema é abordado, da mentira à felicidade, passando pela solidão e hipocrisia, entre outras experiências fundamentais da existência humana. Rousseauainda recorda a sua vida, buscando justificar suas ações, defender-se dos críticos e reafirmar a sua filosofia.
Devaneios do Caminho Solitário é leitura fundamental para quem deseja se aprofundar nas obras de Rousseau e para todos os admiradores deste grande filósofo.

Ficha técnica:
Editora: Edipro
Gênero: Filosofia
Preço: R$ 34,90
ISBN: 9788552100065
Edição: 1ª edição, 2017
Tamanho: 21x14
Número de páginas: 128

Sobre o autor: Jean-Jacques Rousseau nasceu em Genebra no ano de 1712, em uma situação trágica: sua mãe morre ao lhe dar à luz. Na mesma cidade, muitos anos depois, começou a trabalhar como empregado do notário, converteu-se ao catolicismo e fugiu para Turim. Em 1744, instalou-se em Paris, onde passou a escrever óperas – situação que o pôs em contato com os mais influentes intelectuais de sua época. Rousseau, então, conheceu Voltaire, que o detestou, e Diderot, que o contratou como colaborador da Enciclopédia. Tornou-se famoso pela participação em um concurso, que culminou na publicação do ensaio conhecido sob o título abreviado de Discurso sobre o desenvolvimento das ciências e das artes, rendendo-lhe também o primeiro prêmio da Academia de Dijon, em 1750. A obra em questão se referia à restauração das ciências e das artes como forma de purificar a moral. Nessa época, já com trinta e oito anos, Rousseau experimentou a fama e se propôs a escrever sobre as instituições políticas. Em 1762, escreveu O Contrato Social, mas em razão das ideias radicais abordadas pela obra, teve de se refugiar durante alguns anos na Inglaterra, onde conheceu e conviveu com o filósofo e historiador britânico David Hume – considerado um dos mais importantes escritores da língua inglesa. Regressando à França, dedicou seus últimos anos a sua autobiografia, intitulada Confissões. Morreu em 1778, em Ermenonville, uma comuna francesa na região administrativa da Picardia. Na filosofia política, Rousseau considerava a democracia como um governo para os deuses e não para os homens, embora como iluminista tenha influenciado enormemente para que a democracia prevalecesse como forma de governo. Quanto à escravidão, ele não admitiu seu caráter natural, muito menos que ela correspondia à razão ou à moralidade, afirmando que: “Visto que nenhum homem tem qualquer autoridade natural sobre seu semelhante e visto que a força não produz direito algum, restam, então, as convenções como base para toda autoridade legítima entre os seres humanos”.

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