Cerca de 15 funcionários demitidos da Staroup fizeram protesto na terça-feira, 27, em frente à fábrica da Vila Paulista, em Botucatu, alegando que não receberam as rescisões trabalhistas. A empresa entrou em concordata. Seu pedido de recuperação judicial foi aprovado pela Justiça local e a empresa de jeans tem até essa sexta-feira para apresentar como planeja pagar seus credores. Só este ano foram demitidos 80 trabalhadores de Botucatu e 300 em Avaré.
Márcia Silva conta que foi demitida no dia 21 de janeiro deste ano após atuar na fábrica por dois anos e quatro meses. Esperou o prazo de 60 dias para receber, diz ela, a pedido da empresa, mas não recebeu os valores do tempo trabalhado. “Tive a luz cortada e precisei emprestar dinheiro para pagar”, afirma a desempregada.
Ana Paula Galdino trabalhou durante três anos na Staroup. O último vencimento que recebeu foi o 13º do ano passado. “As férias de janeiro não recebemos. Ninguém sabe da nossa real situação. Quem foi demitido no ano passado não recebeu até agora”, comenta a trabalhadora que ficou na fábrica durante três anos.
Rodrigo M. de Oliveira é outro que foi demitido e participou do protesto. “Cada hora falam uma coisa. Para um dizem que é preciso esperar 60 dias, para outros falam outro prazo”, reclama. Um dos trabalhadores disse que tinha que receber R$ 3 mil, mas foram quitados apenas três parcelas de R$ 330, depois não foi quitado mais nenhum valor da dívida trabalhista.
Um funcionário ligou da portaria da empresa para o setor administrativo, que fica a poucos metros de onde eles estavam. A informação dada por uma funcionária era que deveriam esperar 120 dias para receber. Os ex-funcionários não usaram faixas ou apitos. Eles deram entrevista à Rádio Municipalista e ao Diário da Serra. Ficaram parte da manhã em frente à loja e depois disseram que procurariam o advogado Ronaldo Tecchio Jr - nomeado para acompanhar a recuperação judicial da empresa e depois iriam ao Ministério do Trabalho.