18 de jun. de 2010

Polícia fará campanha contra o cerol

Para que Botucatu não enfrente mortes por conta do uso do cerol, será realizada nessa terça-feira (22), às 9 horas, um simulado de acidente na Rua Júlio Marcondes Salgado, em frente ao 12º Batalhão da PM. O trabalho visa a conscientização.

Alunos da Escola Estadual Américo Virgínio dos Santos irão participar da ação para atuarem como multiplicadores do conceito "não ao cerol".

Segundo os levantamentos da ABRAM - Associação Brasileira de Motociclistas, acontecem cerca de 100 casos por ano no Brasil, de acidentes envolvendo linhas com cerol, sendo que 50% (cinquenta por cento)  são graves e 25% (vinte e cinco por cento) acabam em mortes.

Na apresentação de terça-feira, haverá  uma simulação de corte no pescoço de vítima condutora de motocicleta, acidentes com ciclistas, vantagens na utilização de antena defletora para motocicletas, cortes feitos por linhas com cerol em legumes, características da linha “chilena”, fornecimento de dicas para evitar acidentes ao se locomover em moto ou bicicleta, entre outras. 

Integrantes da Guarda Municipal explanarão sobre a legislação em vigor, considerando haver Lei Municipal sobre o tema, bem como a ação de fiscalização. Também haverá a participação do Dr. Aristides Palhares, médico cirurgião plástico, da UNESP que comentará sobre os ferimentos causados por linha de pipas com cerol.
 
CEROL: BRINCADEIRA PERIGOSA
A conhecida mistura de cola e vidro moído é usada para cortar a linha dos “adversários”, podendo causar ferimentos ou mesmo levar à morte de pessoas que estiverem nas imediações. Ciclistas e motociclistas são os mais vulneráveis já que os ferimentos acontecem geralmente na altura do pescoço ou rosto das vítimas. 

Durante o acidente, o vidro moído ou pó de ferro, colado à linha, exerce forte pressão sobre o tecido humano, havendo elevado coeficiente de atrito. Considerando que a superfície de contato é muito pequena, ou seja, reduzida à espessura da linha, o ponto de pressão é muito concentrado e os cortes são inevitáveis. Exemplo dos riscos de um acidente deste tipo é a vítima ter uma artéria ou veia do pescoço seccionada o que lhe pode causar forte hemorragia e matar em minutos. 
 
Existe também a chamada linha chilena que é feita de material ainda mais resistente e que tem poder de corte maior do que as linhas convencionais.  
 
Independentemente do tipo de “cortante” utilizado, pode haver implicações legais que recaem sobre sua fabricação, comércio e utilização, dependendo-se da análise de um caso concreto, tais como a exposição da vida e da integridade física de terceiros às linhas com tais substâncias (fato que se enquadra no artigo 132 do Código Penal), chegando-se até as lesões corporais (artigo 129, do Código Penal) ou homicídios (artigo 121, do mesmo código).

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