Na sexta-feira, dia 18, a comissão de Assuntos Relevantes com a finalidade de acompanhar e discutir a renovação do contrato com a Empresa Auto Ônibus Botucatu Ltda , formada pelos vereadores Josey, Prof. Caldas, Lelo Pagani, Varoli e Luiz Rúbio, se reuniu com o Prefeito Mário Ielo, com a secretária municipal de planejamento, Márcia Rossatto e com a diretora do DET, Benardete Rossi para dar continuidade a seus trabalhos.
O propósito da reunião era conhecer quais as intenções do Poder Executivo na questão da renovação e também para propiciar uma discussão sobre a atual situação do sistema de transporte coletivo em Botucatu e seu futuro.
O Prefeito Municipal iniciou a discussão afirmando que, até o final deste mês, o projeto da renovação do contrato com a EAOB dará entrada na Câmara Municipal. “Não há nada de complexo. Falamos com o proprietário da Empresa e ele vem demonstrando interesse em solucionar os eventuais problemas. O contrato que estamos prevendo terá como bases a questão de construção de terminais e sistema de integração", informa Ielo.
"No contrato que eventualmente será realizado está previsto a implantação do sistema de integração onde a empresa construirá 6 baias e a prefeitura fica responsável pela parte da pista, sendo que o sistema deixará de ser diagonal e passará a ter fluxo radial com dois pontos de terminais interligando norte e sul e leste e oeste”, continua o prefeito.
Várias indagações foram feitas ao Chefe do Executivo e suas representantes e a maioria delas giraram em torno de questões de cumprimento de horários, fiscalização, reclamações e renovação da frota de veículos.
Veículos com mais de cinco anos
Prof. Caldas chamou a atenção dos presentes para o fato da empresa utilizar veículos com mais de cinco anos contrariando a legislação municipal. Benardete Rossi explicou que a empresa está renovando a frota aos poucos por questões financeiras, mas o prefeito afirmou que o fato deve seguir a lei independente de custo.
Abuso de velocidade
Questões sobre abuso de velocidade e CTP (Comissão de Transporte Público) foram levantadas na reunião. “O DET não tem como verificar a questão da velocidade. Isso é com a Polícia Militar e comprovada por radares, Já com relação do CTP, nós estamos tentando organizar uma comissão com pessoal especializado com a participação, inclusive, de um engenheiro mecânico. Estamos tentando isso junto ao CREA”, informa Bernadete Rossi.
Não existe fiscalização
A parte de fiscalização também foi abordada com freqüência pelos presentes. Todos concordam que os fiscais são parte essencial para garantir a qualidade dos serviços e permitir que o Poder Executivo confirme o cumprimento dos trabalhos por parte da empresa. “Infelizmente, não há fiscalização de campo, mas também não aceito quando falam que não há fiscalização alguma. Há sim, porém, ainda é insuficiente. Eu diria que a fiscalização existente poderia ser chamada de “balcão”, feita pela própria população com apresentação de reclamações no DET que, por sua vez, as encaminha à Empresa, claro que devemos melhorar isso, porém,atualmente é assim que acontece”, coloca o Prefeito Mário Ielo.
Fiscais nos futuros terminais
Com relação a esse assunto, Bernadete Rossi diz acreditar que com o sistema de terminais e integração, os fiscais poderão verificar com mais facilidade a situação do transporte coletivo na cidade. “A princípio deveremos contar com fiscais nos terminais, mas se verificarmos a necessidade de contar com mais fiscais nós tomaremos providências”, informa a diretora do DET.
Lelo Pagani sugeriu ainda um estudo para a implantação de uma segunda concessão, o Chefe do Executivo, porém descartou a possibilidade. “Não penso em segunda concessão. Pelo menos não vejo necessidade neste momento. Concorrência, em certo ponto tem seu lado positivo, porém, agora acredito que não teria como. Com relação a possibilidade de um transporte coletivo público, devo dizer que não temos dinheiro para isso”, afirma.
Dez anos é muito tempo
Josey, presidente da comissão, chegou a sugerir uma renovação de contrato por um tempo menor que 10 anos. “Minha sugestão é que se renove o contrato, mas não por 10 anos. Quem sabe por dois anos ou algo aproximado, até que a Prefeitura confirme que o sistema implantado pela empresa está funcionando com eficiência. Depois sim poderia se pensar em renovar o contrato por um prazo maior”, coloca.
Mário Ielo disse ser favorável à sugestão desde que seja amparada por lei. “Se a lei permitir isso, sou totalmente favorável”, ressalta.
Sistema em colapso
Todos os presentes concordaram que o sistema de transporte coletivo atual está em colapso e necessita de uma solução urgente. “Ninguém está aqui falando que o sistema está perfeito. Quando assumimos a prefeitura o sistema era de um jeito. Para atender a demanda crescente de usuários tentamos fazer o melhor possível, mas o sistema está no seu limite” informa o Prefeito Municipal ressaltando que a reunião com a comissão teve saldo positivo. “Esta discussão nos aproxima e nos ajuda a buscar medidas que permitam que a população tenha um sistema de transporte coletivo melhor e mais eficiente”, finaliza.
Consulta à população será feita
Ficou acertado na reunião que será realizada uma consulta popular sobre a situação do transporte coletivo em Botucatu. Os vereadores da comissão irão sugerir os assuntos a serem abordados na pesquisa que será viabilizada pelo Poder Executivo.
O esboço do projeto novo sistema de transporte com terminais e integração também deverá ser encaminhado à casa de Leis para que os parlamentares analisem com calma até marcar uma reunião com representantes da Empresa Auto Ônibus Botucatu.
Josey afirma que a comissão sabe como nortear seus trabalhos de agora em diante. “A comissão tem que ter parâmetros para poder agir e por isso foi muito importante a reunião com o Prefeito Municipal e com suas representantes. Queremos fazer o melhor possível para atender as necessidades da população e o que estiver ao nosso alcance será realizado. Devemos chegar a um projeto de transporte ideal feito em conjunto”, conclui o vereador.