19 de set. de 2011

FMVZ compra aparelho de 172 mil dólares

Aparelho, avaliado em 172 mil dólares, foi adquirido através do “Programa Equipamento Multiusuários” da Fapesp.
 Através de uma iniciativa coordenada pela professora Renée Laufer Amorim, do Departamento de Clínica Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, a Unesp de Botucatu passa a contar com um sistema de microdissecção para isolamento de células, componentes de organelas e organismos.
            O equipamento, avaliado em 172 mil dólares, foi adquirido através do Programa Equipamento multiusuários da Fapesp, destinado à aquisição de instrumentos científicos caracterizados por terem utilidade, de forma continuada, para um conjunto de pesquisadores com ampla experiência e comprovada competência.
Em geral, os equipamentos adquiridos através do programa têm custo inacessível a solicitações em Auxílios Regulares à Pesquisa e Projetos Temáticos. As solicitações devem ser sustentadas por pelo menos três projetos associados de pesquisa, coordenados por diferentes pesquisadores, com sólido histórico de realizações científicas ou tecnológicas, e apoiados pela Fapesp.
O projeto para a aquisição do sistema de microdissecção reuniu treze pesquisadores que atuam em diferentes áreas, como patologia veterinária, clínica e cirurgia veterinária, genética básica e aplicada, morfologia, para estudo de marcadores genéticos e biologia molecular. São quatro patologistas, quatro morfologistas, dois clínicos e cirurgiões veterinários e três biologistas moleculares que garantem o adequado uso do equipamento em todas as fases do processamento, desde a caracterização morfológica e microdissecção de amostras, até as análises de expressão gênica, detecção de mutações e alterações epigenéticas.
Os pesquisadores envolvidos no projeto atuam junto às seguintes unidades da Unesp: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Faculdade de Medicina, Instituto de Biociências, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas e todos os projetos vinculados estão relacionados aos respectivos programas de pós-graduação de cada unidade.
O equipamento
O equipamento adquirido e instalado no laboratório Neo Gene, coordenado pela professora Silvia Regina Rogatto, do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina, é um microscópio que oferece a possibilidade de microdissecar tecidos, ou seja, separar suas células e organelas, através de cortes a laser de grande precisão, para que sejam submetidos a outros tipos de análises.
Associada às técnicas de biologia molecular cada vez mais sensíveis, a microdissecção tornou-se uma ferramenta indispensável na pesquisa em patologia. Frequentemente, a técnica é utilizada como alternativa para contornar os obstáculos impostos pela complexidade dos tecidos e para a obtenção de populações homogêneas de células identificadas morfologicamente.
A microdissecção a laser é uma técnica desenvolvida para o isolamento de populações celulares puras ou de células únicas. A técnica é bastante versátil, permitindo análise de DNA, RNA ou proteínas, extraídos por várias abordagens metodológicas e é compatível com uma variedade de tipos celulares, métodos de coloração, protocolos de preservação tecidual que permitem a microdissecção em amostras ou frascos de arquivo.
Na medicina veterinária, o uso desse sistema não é difundido em razão do alto custo do equipamento e por se tratar de uma tecnologia recente. Dentre os projetos envolvidos, a principal linha de pesquisa é com câncer, mas o equipamento pode ser utilizado para qualquer tecido, cultivo celular ou alguns organismos.
Em oncologia, avanços recentes resultaram na caracterização de alterações genômicas e de perfis de expressão gênica específicos das células tumorais, com grande impacto no diagnóstico, prognóstico e tratamento do câncer. Entretanto, a precisão dos dados obtidos depende estritamente da composição da amostra biológica analisada. “Ao permitir que o pesquisador distingua e isole as células alvo do estudo das células ou do tecido adjacente, a microdissecção agregará valor à informação obtida, permitirá a realização de trabalhos com alta qualidade tecnológica e a publicação de artigos em periódicos de maior impacto”, salienta a professora Renée Laufer Amorim.
Além disso, o equipamento de microdissecção permitirá o desenvolvimento de projetos mais elaborados, incrementando a formação dos alunos vinculados aos programas de pós-graduação nas áreas dos projetos. “O grupo estará também se especializando em tecnologia de última geração, incluindo análise genômica em larga escala”, avalia a professora Renée. “O equipamento também poderá ser usado utilizado por outros pesquisadores e permitirá a troca e a comparação de mecanismos patogênicos entre a espécie humana e animal nas diferentes afecções avaliadas por esta técnica”.

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