28 de mai. de 2008

Mesa da Câmara pede a cassação do mandato de Paulo Pereira

Brasília - A Mesa Diretora da Câmara vai encaminhar ao Conselho de Ética representação contra o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), propondo que seja declarada a perda do mandato do parlamentar por quebra de decoro parlamentar. A informação foi dada há pouco pelo corregedor da Casa e segundo vice-presidente da Mesa, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE).

Inocêncio Oliveira já entregou a representação ao presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), responsável pela assinatura da mensagem de encaminhamento ao Conselho de Ética.

De acordo com Inocêncio Oliveira, o encaminhamento da representação ao conselho foi aprovado por unanimidade pela Mesa da Casa. O corregedor disse que não tem dúvidas sobre o envolvimento do deputado Paulo Pereira em irregularidades na liberação de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

"Nesse caso não temos a menor dúvida da sua culpa [de Paulo Pereira]. Por isso, a Mesa aprovou por unanimidade encaminhar imediatamente a representação ao Conselho de Ética. O caso é grave e merece decisão rápida. A instituição está em jogo. O povo está cobrando decisão sobre o caso", disse Inocêncio Oliveira.

De acordo com o corregedor, criar uma comissão de sindicância para investigar o envolvimento do parlamentar com as denúncias de fraudes iria atrasar o processo por mais 60 dias, e "só teria necessidade se tivéssemos dúvidas sobre o envolvimento dele, mas não temos dúvidas".

Inocêncio informou que junto com a representação, a Mesa da Câmara está encaminhando ao Conselho de Ética um farto material das denúncias, como envelopes, fitas com imagens gravadas do então assessor João Pedro de Moura entrando 12 vezes no gabinete do deputado Paulinho, entre outros documentos.

Antes da entrega da representação à Mesa da Câmara pelo corregedor, o deputado Paulo Pereira disse à imprensa que hoje pela manhã pediu ao presidente da Casa, deputado Arlindo Chinaglia, que encaminhasse as denúncias ao Conselho de Ética o mais rapidamente possível.

"No conselho, eu acho que terei mais oportunidade de esclarecer os fatos. Essa perseguição política que estou sofrendo é devido ao trabalho que tenho feito aqui em defesa dos trabalhadores", disse Paulo Pereira. (Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil).