24 de fev. de 2008

Empresa é investigada por ludibriar Polícia Militar na venda de combustíveis

A Polícia Militar de Botucatu informou nessa semana, ter descoberto uma tentativa de golpe contra o 12º Batalhão. Segundo o tenente José Alves Ribeiro, responsável pelo setor de moto-mecanização da PM, foi durante o abastecimento do posto da unidade da Rua Júlio Marcondes Salgado que constatou-se estar faltando 82 litros de gasolina do que uma distribuidora teria que entregar à cidade.



O combustível acabou descoberto em uma repartição oculta do caminhão Mercedes Benz, de Paulínia, que é de propriedade de uma empresa contratada por uma distribuidora daquela cidade. O caminhão foi colocado em um local inclinado, quando policiais perceberam que ainda havia combustível no tanque. Um cabo foi puxado e começou a cair combustível, enchendo baldes ficaram cheios de gasolina na PM.

O envolvimento do motorista será investigado. Ele prestou depoimento e disse que é free-lancer nesse serviço e desconhecia existir o desvio de gasolina. "Fomos surpreendidos com uma empresa tentando aplicar um golpe na Polícia. A audácia foi grande", comentou o tenente que acompanhou toda a fiscalização. "É um dispositivo muito bem montado. Esse sistema que libera a gasolina fica num local bem fundo, por isso é preciso que a pessoa tenha um braço comprido para alcançar um cabo [que libera a gasolina]", afirma o policial.

A informação de irregularidade foi levada à Polícia por denúncia anônima. Na garagem do Batalhão, foi acionada a perícia e em seguida feito um termo de apreensão do veículo no pátio do Botucatu Parking. O Boletim de Ocorrência feito pela Polícia Civil classifica o caso como estelionato.


Constatou-se que o caminhão-tanque tinha três repartições: de 5, 3 e 2 mil litros. Nesse último abastecimento seriam levados ao 12º Batalhão 10 mil litros de gasolina. O tenente diz não saber ainda se haverá alguma quebra de contrato com a empresa. "Existe um contrato da fornecedora de combustível com o Estado. Ainda será feito um estudo técnico e as informações remetidas aos superiores", diz.

Apesar do caso ter sido registrado como estelionato, as investigações podem classificar o assunto desvio de combustíveis como outro tipo de crime, segundo o policial militar. "No decorrer do inquérito pode-se chegar a outra situação", avisa Ribeiro.


Controle

Em outras vezes, diz o tenente, quando era constatada a falta de gasolina, através de um medidor, a empresa repunha a quantidade, mas não sabe se a distribuidora já aplicou outros golpes ou a tentativa aconteceu pela primeira vez. Todas as viaturas que estão no policiamento da cidade ou passam por rodovias da região abastecem no Batalhão. A quantidade de combustível comprada ao mês não foi informada.