27 de fev. de 2008

CPI dos Cartões Corporativos deve começar trabalhos em 15 dias

Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil


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Brasília - Definido o acordo que dividiu o comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará o uso dos cartões corporativos com a oposição, e escolhido o nome da senadora do PSDB Marisa Serrano (MS) para presidi-la, a expectativa, agora, é de que os trabalhos sejam iniciados em 15 dias.

A senadora acredita que até a semana que vem todos os partidos terão indicado seus representantes para a composição da CPMI, que contará com 12 senadores e 12 deputados.

Os governistas têm maioria na comissão. Mas a senadora Marisa Serrano considera que há possibilidade de se realizar um trabalho consistente, que não resulte “em pizza”.

“Eu não posso partir do pressuposto que nós vamos ter uma CPI com pessoas que já vão pra lá predispostas para que os trabalhos não caminhem”, disse.

Pessoalmente, a senadora defende que as investigações comecem a partir das denúncias já apresentadas contra servidores e autoridades do governo federal que usaram o cartão indevidamente. Ele quer, entretanto, se reunir com o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), para estabelecer uma agenda de trabalho para o mês de março.

“Não vou dar qualquer linha de atuação sem antes conversar com o relator”, afirmou.

Já o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), defende que a comissão inicie os seus trabalhos pela convocação dos ministros “claramente arrolados” nas denúncias e por um pedido de abertura de gastos de todos os cartões corporativos, inclusive os da Presidência da República. Arthur Virgílio será um dos representantes do PSDB na CPMI.

O líder do PSDB no Senado, Renato Casagrande (ES) diverge do líder tucano quanto ao início do processo de investigação. Para ele, o trabalho deve começar pela análise dos documentos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a utilização dos cartões corporativos.

“Essas informações são fundamentais para que possamos, na CPMI, ouvir as pessoas que poderão contribuir com as informações pelo uso inadequado dos cartões”, disse.

O líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), disse que “o limite de investigação” da comissão será definido com o andamento dos trabalhos.

“Não tem um limite definido. Acho que no decorrer do processo de investigação pode-se estabelecer um limite de trabalho para que não se transforme esta CPMI numa CPI do Fim do Mundo, como foi a CPI dos Bingos”.